Plano Nacional de Leitura
Formar leitores - A leitura na sala de aula
Recomendações do Plano Nacional de Leitura
Para formar leitores é indispensável criar situações que proporcionem múltiplos contactos com livros e permitam desenvolver em parceria a competência da leitura e o gosto pela leitura.
A aquisição da competência pressupõe experiências de aprendizagem que induzam o domínio progressivo da complexidade de funções envolvidas no acto de ler: a decifração, a compreensão, a representação mental do conteúdo e a reacção afectiva ao texto escrito. O gosto pela leitura decorre fundamentalmente das reacções afectivas resultantes do contacto com os livros.
Existem muitos tipos de estratégias destinadas a assegurar a competência da leitura, que os professores utilizam de acordo com a orientação pedagógica que imprimem ao seu trabalho e com a especificidade das turmas.
Relativamente à promoção do gosto pela leitura, muito mais do que a utilização de estratégias, o factor essencial reside na reacção afectiva positiva que se desencadeia ou não no contacto entre o leitor e o livro. Independentemente da abordagem efectuada, um livro dá ou não dá prazer a quem o lê por motivos imponderáveis, de foro individual. Não há pois nenhum livro capaz de dar prazer a toda a gente. Por isso, a primeira regra para promover o gosto pela leitura é proporcionar o contacto dos leitores com uma grande diversidade de livros, para aumentar a probabilidade de que cada um encontre os livros-chave que lhe abrirão as portas do interesse pela leitura e do hábito de ler de livre vontade.
Modalidades de organização da sala de aula:
Modalidades de organização |
Vantagens |
Inconvenientes |
Colectiva |
Assegura que os livros são efectivamente lidos. O professor imprime um ritmo correcto à leitura em voz alta (feita pelo professor ou pelos alunos) o que facilita a compreensão. O professor acompanha as reacções dos alunos o que lhe permite utilizar uma entoação apelativa; parar para prestar esclarecimentos; acelerar ou reduzir o ritmo; etc. |
O diálogo que se segue à leitura pode ser dominado pelos alunos mais comunicativos ou mais seguros de si. O professor pode deixar-se iludir pela reacção positiva de alguns alunos e não se aperceber da reacção negativa ou da indiferença de outros. |
Grupos (com mais de 4 alunos) |
No diálogo que se segue à leitura pode surgir mais diversidade de ideias e de opiniões e estimular a argumentação entre pares. Estimula a autonomia e pode gerar empatias novas entre os alunos. |
Exige silêncio e leitura silenciosa individual, o que se torna difícil numa turma. É necessário alterar a disposição das carteiras na sala. Exige bom entendimento entre os elementos do grupo. Alguns alunos podem alhear-se sem que o professor se aperceba. |
Grupos (de 3 ou 4 alunos) |
Tem as mesmas vantagens do que o trabalho com grupo maior, reforçada pelo facto de haver menos elementos e portanto maior proximidade entre todos. Basta rodar duas cadeiras para reorganizar a disposição da sala. |
Exige silêncio e leitura silenciosa individual, o que se torna difícil numa turma. Exige bom entendimento entre os elementos do grupo. Alguns alunos podem alhear-se sem que o professor se aperceba. |
Pares |
Permite um diálogo mais intenso e uma maior interacção entre alunos. Permite ao professor detectar mais facilmente se algum dos alunos se alheou. |
Exige silêncio e leitura silenciosa individual, o que se torna difícil numa turma. Exige bom entendimento entre os elementos do grupo. |
Individual |
Estimula a autonomia. Não permite o alheamento na sequência da leitura se o aluno tiver que realizar uma tarefa e apresentar um resultado concreto. |
Exige silêncio e leitura silenciosa individual, o que se torna difícil numa turma. Sem tarefa individual, na sequência da leitura, o aluno pode fingir que lê e alhear-se. |